Campus Porto Seguro Trabalhos de Conclusão de Cursos (TCCs)
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metadata.dc.type: Trabalho de Conclusão de Curso
Título: Voos na Sabedoria: o ensino do Patxahã na escola estadual indígena Kijetxamê Zabielê
metadata.dc.creator: Oliveira, Cristiane Maria de
metadata.dc.contributor.advisor1: Costa, Francisco Vanderlei Ferreira da
metadata.dc.description.resumo: Por pertencer a um dos inúmeros grupos Pataxó, considerados ressurgentes ou em processos de etnogênese, identificados no contexto do ano 2000, estou totalmente “implicada” no processo-produto deste estudo de metodologia de Ensino de língua indígena Pataxó na Escola Estadual Indígena Kijetxawê Zabelê. Estudo que pode muito bem ser considerado como um tipo de pesquisa-ação, nos termos definidos por René Barbier (1996), se considerarmos o grau de implicação de quem o produziu e aqui descreve seu percurso. Na Pesquisa-ação, conforme assinalam Pimenta & Franco (2008), o pesquisador tem a possibilidade de refletir sua prática, tendo a pesquisa um caráter coletivo numa relação próxima entre a teoria e a prática. Segundo Engel (2000): A pesquisa-ação é um tipo de pesquisa participante engajada, em oposição à pesquisa tradicional, que é considerada como “independente”, “não-reativa” e “objetiva”. Como o próprio nome já diz, a pesquisa-ação procura unir a pesquisa à ação ou prática, isto é, desenvolver o conhecimento e a compreensão como parte da prática. É, portanto, uma maneira de se fazer pesquisa em situações em que também se é uma pessoa da prática e se deseja melhorar a compreensão desta (p. 182) Assim, essa pesquisa compreende não só uma reflexão sobre minha prática como professora da Escola Estadual Indígena Kijetxawê Zabelê, mas minha participação enquanto pesquisadora no grupo de pesquisa Atxohã, com a colaboração de outros parentes também pesquisadores. É bom registrar que, situadas na fronteira da exclusão, mais de 300 famílias de nosso Povo Pataxó completam mais uma década de luta por suas terras imemoriais nas aldeias de Cumuruxatiba, e de modo igualmente determinado para recuperar, revitalizar e reinserir no cotidiano saberes e práticas tradicionais, herdadas de seus antepassados que ameaçam cair em desuso ou que foram esquecidas na memória coletiva dos grupos que sobreviveram aos sucessivos massacres ocorridos. Desta forma, essa pesquisa também tem uma inspiração auto-etnográfica ao partir de minha experiência pessoal e coletiva na construção de elementos descoloniais no ato de pesquisar. Para Fortin (2009): A auto-etnografia (próxima da autobiografia, dos relatórios sobre si, das histórias de vida, dos relatos anedóticos) se caracteriza por uma escrita do “eu” que permite o ir e vir entre a experiência pessoal e as dimensões culturais a fim de colocar em ressonância a parte interior e mais sensível de si (FORTIN, 2009, p. 83). Decidir desenvolver este trabalho de pesquisa, a partir das minhas observações durante as reuniões pedagógicas na qual pude perceber a inquietação dos professores que reclamavam do pouco recurso que a escola apresentava para o trabalho com o ensino de língua Patxôhã, além das conversas com as pessoas na comunidade quando diziam que o ensino da língua estava muito fraco. Meu objetivo principal aqui nesta pesquisa e mostrar que podemos esta diretamente em contato com o ensino da língua Pataxó quando devemos não só deixar que apenas a escolar seja responsável por ofereça o desenvolvimento com o ensino da língua Pataxó, na qual os aprendizes possam perceber, sentir e ser sujeitos de sua própria aprendizagem, favorecendo suas interações no ato de estar diretamente em contato com o Patxôhã. Percebi que devemos dar mas prioridade a essas experiências acerca da interação entre comunidade e escola para que a partir daí, as crianças jovens e adultos desenvolvam juntamente aos seus respectivos professores, isso incluindo os velhos das nossas comunidades , possam pesquisar, questionar, argumentar e formular suas opiniões acerca das pesquisas feitas com os mais velhos de nossa comunidade na qual vejo e sou exemplo de que temos muito o que aprender contribuir na revitalização da cultura Pataxó a partir dos estudos da língua Pataxó de nosso Povo. Acredito que as propostas apresentadas aqui, ultrapassaram o impresso no papel, tendo como recurso algumas diferentes formas e práticas de ensino de língua Patxôhã, partindo das pesquisas com os diferentes relatos dos nossos velhos e professores da educação escolar indígena. Para me, foram de suma importância poder aqui mostrar e contribuir com o que diz respeito a pratica e o ensino da Língua Pataxó. Nesse sentido, o trabalho em questão sobre a metodologia do ensino de língua Patxôhã é produto do Curso de Graduação da primeira turma da Licenciatura Intercultura Indígena, oferecido pelo Instituto Federal de Educação Ciências e Tecnologia da Bahia – IFBA, Campus Porto Seguro, que por sua vez vem buscando através de suas pesquisas entre os cursos oferecidos para professores indígenas, contribuir com materiais didáticos para as escolas indígenas. Neste trabalho está contido 4 anos de idas e vindas nos módulos de formação, meus percalços, desejos e não só meus sonhos, mas o sonho do meu povo. Meu interesse aqui se baseia em perceber a maneira como a língua Pataxó é ensinada e a importância de se inserir novas metodologias no ensino da língua Patxôhã. Isso pode se dar com o auxílio de materiais didáticos escritos em Patxôhã e discussões propostas pelos próprios professores e comunidades em relação ao uso desses materiais. Este trabalho mostra uma reflexão sobre as atividades pedagógicas propostas em uma escola/comunidade Pataxó, comunidade essa que acerca do ensino de língua indígena Pataxó vem tentando trabalhar em conjunto para desenvolver etnometodologias de ensino da língua Pataxó. A comunidade em questão encontra-se em Cumuruxatiba, na aldeia Kaí, Município de Prado - Bahia. A pesquisa foi realizada na aldeia Kaí, na Terra Comexatiba no Território (TI) Kaí Pequi. A pesquisa em questão foi feita a partir de entrevistas com professores de língua indígena, no qual eles expressaram as facilidades e as dificuldades que tem encontrando no decorrer do tempo em que trabalham nesse contexto com a língua Pataxó, além de apresentar metodologias usadas e desenvolvidas durante esse período de trabalho. Para falarmos de ensino de língua Pataxó, não podemos deixar de mencionar as maneiras que se pode obter o conhecimento da língua e qual a importância de analisar as metodologias de ensino existentes para que ocorra a aprendizagem. Vale dizer ainda que em alguns momentos estarei utilizando língua Patxohã e em outros língua Pataxó. A expressão língua Pataxó é mais comum com os idosos, diferente da expressão Patxohã mais utilizada entre os professores e pesquisadores. Com os mais velhos é mais usual a frase “vamos cortar na língua Pataxó” para se dizer que não vamos falar na língua portuguesa, contudo, o uso das duas expressões aqui não tem o intuito de uma sobrepor à outra, ao contrário, o objetivo é mostrar que há diferentes formas de falar em nossas comunidades. O trabalho apresenta etnometodologias utilizadas pelos professores indígenas em sala de aula, sendo essas de fundamental importância para que ocorra ou não uma aprendizagem significativa para o aluno, uma vez que as aulas da língua Pataxó envolvem dos mais diversos conhecimentos, que auxiliam o aluno em seu dia-a-dia não apenas em questão da língua trabalhada, mas também sobre a sua cultura. As etnometodologias de ensino de língua Pataxó podem ser vistas como orientações para que os professores comecem a refletir sobre os processos de ensino envolvidos, possibilitando construir outras metodologias pela sua prática diária. O trabalho traz como exemplo Dona Zabelê, um dos troncos linguísticos que tanto lutou para que a língua Pataxó permanecesse viva em nossas memórias.
Resumo: As I belong to one of the numerous Pataxó groups, considered resurgent or in processes of ethnogenesis, identified in the context of the year 2000, I am totally "implicated" in the process-product of this study of methodology for teaching the Pataxó indigenous language at the Kijetxawê Zabelê Indigenous State School. This study can very well be considered as a type of action research, in the terms defined by René Barbier (1996), if we consider the degree of involvement of those who produced it and here describes their path. In Action Research, as pointed out by Pimenta & Franco (2008), the researcher has the possibility of reflecting on his practice, with the research having a collective character in a close relationship between theory and practice. According to Engel (2000): Action research is a type of engaged participant research, as opposed to traditional research, which is considered to be "independent", "non-reactive" and "objective". As the name implies, action research seeks to unite research with action or practice, that is, from this ...
Palavras-chave: Pataxó Brasil-Bahia
Território imemorial
Patxôhã - Língua
Pataxó Brasil-Bahia
Immemorial territory
Patxôhã - Language
metadata.dc.subject.cnpq: CNPQ::OUTROS::ESTUDOS SOCIAIS
metadata.dc.language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Editor: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia
metadata.dc.publisher.initials: IFBA
metadata.dc.publisher.department: Departamento de Ensino Superior/Licenciatura
Citação: Oliveira, Cristiane Maria de. Voos na Sabedoria: o ensino do Patxahã na escola estadual indígena Kijetxamê Zabielê. 2024. 17f. TCC (Licenciada em Interculturalidade indígena), Campus Porto Seguro, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, Porto Seguro, BA, 2024.
metadata.dc.rights: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ifba.edu.br/jspui/handle/123456789/675
Data do documento: 24-Jun-2024
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